Cardiologistas consideram vital controlar consumo de sal dos brasileiros

A Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC – alerta que se o brasileiro passar a consumir menos sal, adaptando-se ao nível recomendado pelo Ministério da Saúde, haverá uma redução sensível no número de óbitos por doenças cardiovasculares, hoje da ordem de 315 mil a cada ano.

O alerta foi dado em São Paulo pelo coordenador de Ações Sociais da SBC, Carlos Alberto Machado, depois que o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – divulgou a pesquisa segundo a qual os adolescentes consomem 70% mais sal do que o recomendado. Índice que é ultrapassado pelos homens entre 19 e 59 anos, que consomem 88,7% a mais do que os 2.300 miligramas de sódio considerados como o limite recomendável, pelo Ministério da Saúde. O estudo está inserido na Pesquisa de Orçamentos Familiares e indica que há inadequação também entre as mulheres, que consomem em média 69,7% a mais de sal do que deveriam.

 O porta-voz da SBC lembra que o abuso do sal leva à hipertensão arterial, a doenças cardiovasculares e a doenças renais, problemas que segundo ele se agravam por serem doenças que evoluem silenciosamente e muitas vezes são diagnosticadas quando já avançaram a ponto de exigirem longo e custoso tratamento.

 “A SBC se aliou à Anvisa para que os fabricantes de alimentos industrializados sejam obrigados a divulgar nos rótulos das embalagens alertas sempre que o produto tiver quantidade elevada de gordura saturada, gordura trans, sódio e açúcar”, diz Carlos Alberto Machado, e embora essas determinações, constantes da RDC 24/2010 tenham sido sustadas temporariamente por decisão judicial, os cardiologistas têm esperança de que a Justiça faça com que volte a valer. Para ele,
“parece estranho que o Judiciário impeça de vigorar uma decisão que obriga à transparência na composição dos alimentos e cujos resultados seriam medidos em mortes evitadas”.

Para o médico, se os maços de cigarro são obrigados a estampar alerta sobre os riscos do uso do fumo, não há porque impedir que os alimentos industrializados tragam o mesmo alerta quando contém excesso de sal.
“O pior, diz o cardiologista, é que sabemos que não há necessidade de tanto sal nos alimentos, tanto que em recente reunião com o Sindicato de Hotéis, Bares e
Restaurantes – ABRASEL, os representantes da entidade confirmaram que há uma tendência entre os associados a reduzirem o uso do sal nos alimentos servidos. Eles comprovaram que uma redução de 20% do nível de sódio não afeta nem o sabor nem a qualidade dos mesmos, que continuam tendo plena aceitação dos consumidores.

Fonte: Snif Brasil