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Vírus ebola já matou 518 pessoas em Libéria, Serra Leoa e Guiné, diz OMS
Um novo balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado na terça-feira (8) aponta que desde 3 de julho foram detectados 50 novos casos de contaminação por ebola e mais 25 mortes causadas pela epidemia em Serra Leoa, Libéria e Guiné.
O comunicado da agência das Nações Unidas apontou ainda que os três países somam 844 casos, incluindo 518 mortes.
O ministro da Saúde de Guiné relatou duas mortes desde 3 de julho, mas nenhum novo caso de contaminação na semana passada. Serra Leoa foi responsável por 34 dos novos casos e 14 mortes, enquanto 16 novas contaminações ocorreram na Libéria, além de nove mortes.
De acordo com a OMS, os números significam que o vírus está ativo na comunidade e que os dois principais modos de transmissão ainda estão em curso: observação de doentes em casa e durante os funerais das vítimas.
“Se não pararmos as transmissão em vários locais desses três países, não seremos capazes de controlar a epidemia”, explica Fadela Chaib, porta-voz da OMS.
O ebola é um dos vírus mais mortais que existem. Ele mata até 90% das pessoas infectadas e não há cura ou vacina disponível para uso na população.
Ele f oi registrado nos primeiros seres humanos em 1976, em Yambuku, uma aldeia na Repúblic a Democrática do Congo, às margens do Rio Ebola. Desde então, mais de 20 surtos da doenças ocorreram em países da África Central e Ocidental.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre essa doença:
Como o ebola se manifesta na pessoa doente?
O ebola é uma doença grave causada por vírus. Ela é muitas vezes caracterizada pelo início súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia, funções hepática e renal deficientes, erupções cutâneas, e, em alguns casos, sangramentos internos e externos, com interrupção do funcionamento dos órgãos. Exames de laboratório incluem baixa de glóbulos brancos e de plaquetas e aumento das enzimas hepáticas. O período de incubação do vírus pode durar de dois dias a três semanas, e o diagnóstico é difícil.
Como o ebola se espalha?
Seres humanos pegam o vírus por meio do contato próximo com animais infectados, incluindo chimpanzés, gorilas, antílopes e morcegos que se alimentam de frutas. Os morcegos da família Pteropodidae são considerados os hospedeiros naturais da doença. O ebola também passa de uma pessoa para outra, por contato direto com sangue contaminado, fluidos corporais ou órgãos, ou indiretamente, por meio do contato com ambientes contaminados. Os funerais daqueles que tinham a doença podem ser um risco, se as pessoas presentes têm contato direto com o corpo.
Onde está ocorrendo a epidemia atualmente?
Segundo os últimos números da Organização Mundial da Saúde (OMS) a epidemia na África Ocidental já deixou 518 mortos em Guiné, Libéria e Serra Leoa. “Trata-se da maior epidemia em termos de pessoas afetadas, de mortos e de extensão geográfica“, informou a organização em comunicado. Um fator perturbador é que desta vez o vírus está circulando em comunidades rurais e urbanas. “A tendência atual da epidemia e seu potencial de cruzar fronteiras e ter propagação internacional constituem um problema de saúde pública de grande preocupação“, declarou Luis Gomes Sambo, diretor regional da OMS para a África. “O atual surto tem o pote ncial de se espalhar para fora dos países afetados e além da região se medidas urgentes e relevantes de contenção não forem postas em prática“, disse ainda.
A doença pode ser levada de avião a outros países, espalhando a epidemia?
É possível que uma pessoa com ebola viaje de avião, mesmo a lugares distantes, já que a doença pode levar três semanas para se manifestar. No entanto, o professor William Shaffner, da Universidade Vanderbilt, nos EUA, em entrevista ao site americano LiveScience, apontou que não é muito provável que essa doença se espalhe da forma como tem ocorrido nos países africanos se os serviços de saúde agirem de forma a isolar as pessoas contaminadas. “Os serviços médicos ocidentais provavelmente lidariam relativam ente bem em ‘capturar\' o ebola quando ele chegasse, p orque estaríamos cientes de que as pessoas vieram de áreas afetadas pelo ebola”. Ele destaca que para ser contaminado é preciso ter contato próximo com uma pessoa doente, com troca de fluidos corporais. “Estar com a mesma pessoa num só ambiente, por si só, não é perigoso”. A própria OMS, por enquanto, não fez nenhuma recomendação de que se deixe de viajar aos países envolvidos na epidemia.
Por que nos países afetados a doença está se espalhando dessa maneira?
Um problema grave que fomenta a epidemia atualmente é que naquela região há hábitos tradicionais como lavar os cadáveres antes do funeral, o que gera um contato capaz de transmitir o ebola. A OMS já disse publicamente que essas práticas culturais “contribuem fortemente& quot; para a epidemia. Além disso, há muito movimento de pessoas através das fronteiras de Guiné, Libéria e Serra Leoa, o que posssibilitou à epidemia se tornar internacional.
Fonte: Assessoria de Comunicação CRF-SP