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Merck compra a AZ Electronic
O grupo químico e farmacêutico alemão Merck acertou a compra da AZ Electronic Materials, uma fornecedora da Apple, por 1,6 bilhão de libras esterlinas (US$ 2,62 bilhões) em dinheiro. O negócio que vai permitir ampliar a presença da Merck no segmento de aparelhos eletrônicos de alta tecnologia.
Pelos termos da oferta, os investidores da empresa listada em Londres, cujos produtos químicos especiais são usados em iPads, smartphones, semicondutores e telas finas de TVs, vão receber 404 pence por ação, em dinheiro, 53% a mais do que a cotação de fechamento dos papéis da AZ Electronic na quarta-feira.
As ações da AZ subiram 50% ontem, cotadas a 395 pence, o que confere à empresa um valor em torno a 1 bilhão de libras. O conselho do grupo, cuja sede fica em Luxemburgo , recomendou aos acionistas aceitarem a oferta.
A AZ Electronic, que também tem como clientes a Samsung, Sony e Toshiba, abriu o capital em novembro de 2010, a um cotação de 240 pence. O pico das ações foi em março, de 406 pence. Um alerta sobre os lucros em abril fez o preço cair 35%.
A empresa vem enfrentando dificuldades com a concorrência de rivais sul-coreanos em seus produtos de maior margem de lucro. Analistas, contudo, mostram-se otimistas com a linha de produtos por lançar da AZ, que trazem avanços na área dos semicondutores tornando possíveis as grandes telas flexíveis de diodos emissores de luz (LED, na sigla em inglês).
A Ásia representa quase 80% da receita. Uma aquisição da Merck traria a AZ de volta a suas origens, já que a empresa já foi subsidiária da Hoeschst, um dos principais grupos quími cos do pós-guerra na Alemanha.
A Clariant comprou a Hoeschst em 1997. A Carlyle, então, comprou a AZ do grupo químico suíço em 2004, deixando-a como u ma empresa independente pela primeira vez.
A Merck é uma das principais empresas de monitores de cristal líquido, com mais de 2,5 mil patentes, e avança em direção à tecnologia de diodo orgânico emissor de luz (Oled). O desempenho da divisão de materiais da empresa representou 16% da sua receita no segundo trimestre e é a unidade de maior margem de lucro do grupo.
O grupo alemão está em fase de reestruturação desde 2010, sob o comando do executivo-chefe Karl-Ludwig Kley, que direcionou o foco ao corte de custos e à busca de novas áreas de crescimento. As ações da Merck, em alta de 30% desde o início do ano, subiram mais 3%, ontem, para € 129 - o que lhe confere valor de € 8 bilhões.
“A AZ complementa nossas atividades existentes no mercado de telas, acrescentando [substâncias] químicas eletrônicas com um modelo de negócios similar, baseado na proximidade com o cliente e um alto nível de inovação“, disse Kley.
De acordo com estimativas da Blo omberg, a AZ deverá ter receita de US$ 730 milhões neste ano e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 226 milhões. O endividamento líquido da empresa no fim de 2012 era de US$ 289 milhões.
Analistas da Liberum Capital disseram que a oferta, em sua avaliação, é “justa“ e equivale a um valor de empresa onze vezes maior do que o Ebitda, dentro da faixa de acordos no setor de produtos químicos especiais
Fonte: Valor Econômico
Por Andy Sharman | Andy Sharman